sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

28 de fevereiro: dia de Prevenção e Conscientização das LER/DORT.

“28 DE FEVEREIRO”

“DIA INTERNACIONAL DE PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DA LER/DORT E DEMAIS DOENÇAS DO TRABALHO”

Desde 2000, o último dia do mês de fevereiro, é considerado Dia Internacional das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como são conhecidos, agora, no Brasil. Trata-se de um marco de extrema relevância. É a primeira vez na estória que uma doença profissional (LER) passou a ser considerada como questão de saúde pública mundial. 



A APLER Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos do Paraná está organizando, em parceria com o SINDPREVS e o  CEREST  Macro Oeste, a semana de Prevenção e Conscientização das LER/DORT.


·        VOCÊ SABE O QUE É LER/DORT ?
      LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Doenças Oesteomusculares Relacionadas ao Trabalho) são lesões que atingem trabalhadores que exercem funções onde exige-se movimentos rápidos e repetitivos. No início percebe-se dores de pouca intensidade nas mãos, dedos, punho, costas e antebraço. Depois as dores aumentam e aparece o inchaço, a vermelhidão, a perda de controle da mão e outros sintomas. Entre os trabalhadores mais afetados pela LER/DORT destaca-se os digitadores, caixas da rede bancária, supermercados, lojas, farmácias, comércio em geral, jornalistas, escriturários, analistas de informática, trabalhadores na educação, nos correios, os rodoviários, trabalhadores da indústria e na região Oeste do Paraná principalmente os trabalhadores de frigoríficos.

QUAIS SÃO AS CAUSAS QUE PROVOCAM AS LER/DORT ?  
Na maioria das vezes o trabalhador é lesionado por fatores como ausência de ações preventivas, equipamentos inadequados e/ou danificados (mesas, cadeiras, computadores), cargas horárias excessivas, a pressão psicológica de chefias, acúmulo de tarefas e horas extras, repetitividade; além disso, as posturas corporais incômodas, os esforços físico ou muscular, o ritmo acelerado de trabalho, o espaço físico e a distribuição do ambiente de trabalho inadequados, etc. Mas, sem dúvida, a principal causa das LER/DORT relaciona-se a pressão vivida em decorrência da organização do trabalho que exige dos trabalhadores movimentos rápidos e ininterruptos para conseguir alcançar as metas estipuladas pelas empresas que, não raro, estão em total desacordo com o funcionamento natural do corpo humano.

E AS CONSEQÜÊNCIAS ?
As seqüelas da LER/DORT assim como outras doenças do trabalho permanecem por muito tempo e muitas vezes são irreversíveis comprometendo a saúde do trabalhador para o resto de sua vida, afetando a sua vida fora do trabalho. Há casos em que os trabalhadores desenvolvem problemas de estômago por terem de ingerir uma carga excessiva de remédios para conter as dores pelo corpo, bem como, é muito comum o desenvolvimento da depressão relacionada principalmente pelo fato de se sentir inválido para qualquer atividade do seu dia-a-dia.


O QUE FAZER ?
A Associação dos Portadores de Lesões Por Esforços Repetitivos (AP-LER) além de atender e orientar os trabalhadores com relação aos procedimentos a serem tomados para o reconhecimento de benefícios junto ao INSS e demais pendências jurídicas com o mesmo e as empresas, procura mobilizar os trabalhadores para a luta contra o ambiente de trabalho que atinge a saúde das pessoas. Isso significa ir além do atendimento em si dos casos individuais, mas também organizando denúncias contra as empresas que lesam a saúde dos trabalhadores, como é o caso da Ação Civil Pública movida pela Associação em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Sadia S/A de Toledo (PR).  

PROBLEMA NA NOSSA REGIÃO
O Oeste do Paraná tem se notabilizado pelo emprego de muitas pessoas no setor frigorífico. São quase 30 mil pessoas empregadas somente nesse tipo de atividade. As LER/DORT tem atingido principalmente os trabalhadores desse setor o que não quer dizer que em outros isso não ocorra. Entretanto, a situação que vemos hoje nos frigoríficos mostra um trabalho intenso, com ritmos altamente repetitivos e que levam ao adoecimento físico e mental de inúmeros trabalhadores. A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Paraná (FTIA-PR) estimou que quase 23% da mão de obra de frigoríficos encontrava-se no aguardo de decisões judiciais ou afastada do trabalho em virtude das doenças ocupacionais no ano de 2011. Investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT), apontam para a mesma realidade e mostram que os movimentos repetitivos exercidos por trabalhadores desse setor ultrapassam até 100 ações técnicas por minuto. Isso equivale a três vezes mais o limite estipulado por estudos de ergonomia do trabalho, que propõe formular um limite mínimo de movimentos repetitivos para a manutenção de um padrão de saúde e segurança no trabalho. Esse número excessivo de movimentos repetitivos esbarra-se no próprio funcionamento biomecânico dos tendões do nosso corpo humano. Isso significa que o trabalho atinge os limites humanos. Essa situação mostra que há uma relação direta entre o surgimento de sintomas de doenças osteomusculares e o trabalho desempenhado. Tudo isso que ocorre no ambiente de trabalho, combinado com a pressão por  produção, que faz com que muitos trabalhem sob o efeito de remédios mesmo sentindo dores, leva também aos agravos relacionados à saúde mental. Não é à toa que nos dados do Ministério da Previdência Social (MPS) a prevalência de quadros depressivos no setor de abate de aves e suínos é três vezes maior do que o índice geral.
CONVITE
Assim, convidamos os trabalhadores de todos os setores para esse momento onde possamos fortalecer nossos vínculos de solidariedade e nos organizarmos para lutar contra o adoecimento generalizado que tem ocorrido na nossa região com relação às LER/DORT.

PROGRAÇÃO:

Marechal Candido Rondon
















Cascavel e Toledo: distribuição de Boletim informativo aos trabalhadores

Fóz do Iguaçú: Debate no Centro de Direitos Humanos.

Laerson Matias
Presidente AP-LER